Estávamos pensando em um prato para harmonizar com um vinho branco de uma uva que nunca havíamos experimentado: um Chenin Blanc, sul africano. A descrição era de um vinho frutado, que combina bem com um prato adocicado e ácido ao mesmo tempo. Lembramos então de uma receita que vimos no programa da Bela Gil e que queríamos testar já há algum tempo: um couscous (estilo magrebino) de couve-flor. Basicamente é um couscous vegetariano, mas ao invés da massa de trigo ou de milho, leva couve-flor triturada. Nos pareceu uma combinação perfeita: um prato frio e leve para um vinho refrescante e gelado. Então foi só escolher o recheio do couscous para harmonizar com as notas indicadas na descrição do vinho: cogumelos e cebola caramelizados trouxeram o sabor adocicado e pimentão vermelho e cebolinha, a acidez leve e o frescor. Será que deu certo?
Vinho: Neethlingshof Chenin Blanc 2014 – África do Sul
Ingredientes
- 300g couve-flor
- 1 cenoura grande
- 1 cará
- 100g Abóbora
- 1 Cebola roxa
- 300g Champignon
- 3 colheres de chá de açúcar mascavo
- 1 pimentão vermelho médio
- Cebolinha a gosto
- Sal a gosto
Modo de fazer
- A primeira coisa é picar todos os ingredientes (com exceção da couve-flor, que será cozida e triturada em pedacinhos pequenos)
- Com tudo cortado, cozinhe a couve-flor, o que nós fizemos no vapor. É importante tirá-la do fogo enquanto estiver ainda durinha, pois a couve-flor vai ser triturada. Se ela cozinhar demais, poderá virar uma pasta
- Corte a cebola em fatias finas e comece a refogá-la em fogo baixo. Com o óleo já bem quente e a cebola fritando, depois de secar toda a água, coloque o açúcar. A função do açúcar é caramelizar a cebola, por isso você precisará mexer de tempos em tempos. Finalmente, quando o açúcar já estiver totalmente mesclado com o óleo, adicione o champignon picado e deixe refogar até que perca toda a sua água e comece a dourar. Quando o champignon estiver no ponto, coloque o pimentão picado por cima e desligue o fogo, deixando o pimentão amolecer um pouco no bafo
- Com a couve-flor pronta, retire-a do fogo e triture-a no processador ou liquidificador, junto com a cebolinha e uma pitada de sal. Nós usamos um mini processador e batemos bem pouco. A couve-flor é muito macia, então em poucos segundos ela já fica bem triturada. Se a cebolinha não ficar tão pequena quanto a couve-flor, não tem problema. Pedaços maiores de cebolinha também deixam a aparência do prato bonita sem alterar o sabor
- O que falta agora é cozinhar os demais legumes, que também não devem ficar muito macios, para que não desmanchem. O tempo ideal depende do tamanho dos pedaços e da forma de cozimento. Cortamos em cubos pequenos e cozinhamos por cerca de 10 minutos, no vapor. Nossa sugestão é observar o cozimento do cará. Quando ele estiver cozido, o resto também estará (ainda que a cenoura ainda possa estar um pouco crocante)
- Com tudo pronto, misture todos os ingredientes em uma travessa e sirva! Não se esqueça de ajustar o sal na hora de misturar, acrescentado um pouco mais se for preciso. Por certo, essa é uma comida que pode ser comida fria, então não há necessidade de ser aquecida para servir
Comentário da Ariane
Deu certo sim, deu super certo! O prato ficou muito bonito e o sabor muito muito leve. Couscous já é um prato leve, com a couve flor ficou ainda mais leve e fez uma combinação genial com o vinho. Foi uma boa surpresa esse couscous de couve flor. Além de saboroso dá uma sensação boa de estar comendo um prato light, sem um pingo de culpa ou preocupação com a balança e, claro, com estilo! O pimentão vermelho e o cogumelo caramelizado ficaram deliciosos. A cenoura e a abóbora ficaram igualmente gostosas, mas bem parecidas (tanto na aparência e textura quanto no sabor). Acho que poderíamos ter substituído uma das duas por outro legume diferente, como o tomatinho, que traria novas cores, texturas e sabores. Confesso que não sou uma grande fã de cará, eu teria colocado uma batata inglesa no lugar, mas variar é preciso e cará é um amido bem brasileiro e me parece mais nutritivo. Um último toque, na minha opinião, seria usar salsinha no lugar da cebolinha, que me agradaria mais, sem alterar o frescor do prato. Apesar dos toques, repito, o prato estava delicioso! E o vinho foi um espetáculo a parte. Se fosse um teste as cegas eu diria decidida que era um Chardonnay. Porém um Chardonnay complexo, com um leve adocicado e acidez um pouco menos marcante. Não consegui ficar em uma só taça, tive que repetir.